terça-feira, 29 de abril de 2008

PRECE AO CABOCLO VENTANIA

Meu Pai Ventania, receba meu preito de agradecimento pela tua presença constante e amiga em minha vida. Tu, querido amigo e pai, que carregas o nome místico de Ventania, faz com que os bons ventos espirituais soprem fortemente em torno de mim e em meu interior, arrastando e livrando-me de todas as negatividades produzidas por mim ou por irmãos que ainda se deixam levar pelas inferioridades do mau querer e desamor.

Arremessa, querido Caboclo, essas energias desequilibrantes nas sagradas pedreiras, a fim de que sejam desfeitas e anuladas, para a glória de Oxalá e o bem espiritual de teus filhos.

Abençoa, Pai Ventania, teu filho que ora te busca como o Pai Conselheiro e Forte, e conduz-me pelos caminhos seguros, nesta mata virgem da encarnação presente, para que sempre possa caminhar sob a luz divina, em busca do Bem Maior, que é Deus.

Protege minha família, cercando meu lar com tuas energias sempre a soprar o vento da harmonia, da prosperidade e do amor.

Irrompe, querido Caboclo, na minha vida, o teu sopro de paz e de alegria, que me faça andar na estrada da segurança, sem temer a influência do mal ou ser por ele atingido.

Perdoa a minha fraqueza e pequenez de fé. Carrega-me, com tua força, Caboclo de Xangô, para as altas montanhas da espiritualidade, onde possa respirar o ar da fidelidade e da paz.

Sopra sobre mim, querido amigo, as bênçãos da Divina Mãe, Maria, que é a tua energia essencial, para que me faça encontrar sempre a ação do Divino Oxalá, nosso amado Jesus.

Obrigado, Caboclo Ventania, pelo teu olhar constante sobre mim. Não me percas de vista, abençoando-me sempre e orientando os meus passos pelo caminho do Bem, mesmo quando doam os meus pés, pelos espinhos e pedregulhos existentes no caminho, dentro da mata virgem desta encarnação.

Que a Paz e a Alegria do teu coração me harmonize com a natureza e me faça estar seguro e feliz, vendo em ti, o mensageiro de Deus a me indicar o caminho da evolução.

Que todos aqueles que me cercam, os afetos e desafetos, sejam agora beneficiados, Pai Ventania, pela sua bênção, em nome de Oxalá.

Graças a Deus!

VOLTA, CABOCLO

Vem das tuas verdes matas para o recesso da minha mediunidade sau­dosa dos teus benditos fluídos!
Vem incensar minh’alma com o aro­ma da tua presença querida, fa­zen­do ecoar em meus ouvidos aten­tos, o “quiô” da tua vibração!
Vem trazer-me o calor das tuas pa­lavras fluentes, traduzidas na so­no­­ri­dade das folhas das palmeiras quan­do se espanam no ar…
Quero, contigo, apanhar as fo­lhas da Jurema para adornar todo o meu Juremá… Cruzar meu caminho com galhos de arruda e enfeitar minha gira com ramos de guiné…
Vem… Traz o teu arco forte e a tua flecha certeira… Vamos, numa só vi­bração, penetrar no seio da mata virgem, procurar o inimigo que lá se esconde e desarmá-lo, à pujança do teu braço forte!
Volta, Caboclo! Coloca em minha fronte o teu belo cocar… e entrosa em mim, tua essência pura de aromá­ticos jardins, contida em tão pequeno frasco!
Como podes usar-me, tu, enviado bendito das falanges superiores, para cumprimento da tua missão? A que sacrifícios se submete a tua aura, pois, sendo tão grande, consegue incorpo­rar-se num tão diminuto ser!… Mesmo sabendo-me o mais insignificante dos teus médiuns, rogo-te, com ânsias deses­peradas na voz e uma saudade torturante em meu cora­ção: “Volta ao teu reino de luz onde impera a verda­deira caridade! Volta ao teu pegi de amor onde te aguar­dam, ansiosos, os teus filhos de fé e o teu mo­desto apa­relho receptor…
As ondas vibráteis da minha me­diu­nidade que­rem voltar a funcionar ao toque das tuas abençoadas mãos… Teu re­gresso será uma festa emo­cio­nal onde as lágrimas mal contidas se confun­di­rão com o sorriso de algu­mas cria­turas que não sabem chorar…
Teu ponto riscado iluminado es­tá… teu ponto cantado, entoado num só diapasão de voz, te abrirá ao nosso meio, para aconchego dos que reco­nhe­cem em ti, um trabalhador no cam­po sublime da caridade!…
Teu assobio atrairá a atenção da­queles que ainda te crêem em missão no Alto e de pronto, estarás entre nós, numa vibração harmoniosa que a todos envolverá.
Volta Caboclo…

ORAÇÃO AO CABOCLO VENTANIA

Ó grandioso Caboclo Ventania!
Antigo espírito do bem,
lança tuas flechas de luz em minha direção,
cubra-me com tua proteção.

Renove minhas energias,
elevando sempre meu coração
ao ápice da bondade,
que soube a sua energia, eu aprenda a perdoar mais, esquecendo-me verdadeiramente minhas mágoas.

Arrebata a minha alma,
para que somente amor eu consiga dar.

Vem espírito superior do vento e do tempo.
Grande mestre do sopro, divino
carrega-me em teus braços,
daí-me a força que preciso,
para continuar o que aqui vim fazer,
e nunca me esquecer dos teus ensinamentos.

Oh… espírito benfazejo,
sopra em minha direção,
que meus instintos me façam nunca se acovardar, diante dos obstáculos
que a vontade de continuar
não adormeça em meu coração,
pois dela preciso
para espalhar a fé, a confiança, o otimismo, e a felicidade de uma encarnação.

Desliga-me de todas as minhas decepções
com o fervor de teu sopro, o mal não me alcançará.
Aqueles á quem me querer mal não terão êxito.
Pois eu que sou teu filho entrego-me a vós para que assim eu leve
o amor ao coração de todos que passarem por mim.

Vem espírito da brandura,
circula este sopro de amor em volta de mim, promove-me cura neste instante.
Lava meu interior,
e que nele nasça a força da tua humildade,
para que eu possa espalhar a verdade e
o conforto de uma palavra amiga,
até o dia de minha partida.
Em nome do Mestre maior da Terra, meu Jesus amado, vós que sois
um Mensageiro Celestial esteja em mim hoje e sempre.

Amém.

Autor: Mago Cigano

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ORAÇÃO PARA A CABOCLA JUREMA

Juremá, Linda Cabocla de Pena
Rainha da Macaiá
Ouve o meu Clamor.
Jurema me livra dos perigos e das maldades
Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha
Nunca me deixe em falta
Que o teu bodoque seja sempre certeiro
Contra os que tentarem me destruir.
Jurema caminha comigo, ô Cabocla
E me ajuda nesta jornada da Terra.
Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo Tupinambá
Me acompanhe hoje e sempre
Em nome de Zambi,
Salve a Cabocla Jurema!

Okê Arô, minha Cabocla…

ORAÇÃO PARA A CABOCLA JUREMA

Jurema, recebi o teu recado
Aqui me tens atendendo o teu chamado
Diante de ti, de joelho a teus pés,
Rainha da Mata Virgem
Jurema, eu sei que és.

Irmã de Oxalá,
Filha de Tupã,
Da linha de Oxossi,
E da legião de Utubatã.
Jupira, Jandira, Janaina e Iracema.
É a falange suprema.
Da linda cabocla Jurema.

Eu encontrei em Jurema,
A redenção e a luz.
A beleza do poema,
Nas máximas de Jesus.
“Amai-vo tanto na vida,
tanto quanto eu vos amei”.
Nesta Umbanda querida
Esta é a nossa lei.
Quem nesta tenda chegou,
O nosso Mestre é o Senhor.
Esta mensagem é fraterna,
Esta mensagem é de amor.
Salve o reino de Oxossi,
Onde Jurema é rainha,
Pois um homem sem amor é um morto que caminha

ORAÇÃO PARA A CABOCLA JUREMA

Juremá, Linda Cabocla de Pena
Rainha da Macaiá
Ouve o meu clamor.
Jurema me livra dos perigos e das maldades
Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha
Nunca me deixe em falta
Que o teu bodoque seja sempre certeiro
Contra os que tentarem me destruir.
Jurema caminha comigo, ô Cabocla
E me ajuda nesta jornada da Terra.
Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo!

ORAÇÃO À CABOCLA JUREMA DA PRAIA

Minha querida Cabocla Jurema, oceano de bondade,
manifestação suprema da fé e
do amor de Deus para com seus filhos.
a praia é a sua morada, habitat onde renovamos nossas energias.
Irradie sempre sua Luz, em todas as direções, pois ela encontrará muitos corações necessitados, entre eles, o meu.
Creio na tua presença a cada nova aurora, marcante, definitiva, promovendo nosso encontro com a felicidade interior, e esta com a permanência assegurada em nosso ego, onde germinarão sementes de amor e paz, a partir de teu sim definitivo.
Ajudai-nos a ver as pedras em nossos caminhos como lições de vida, mas que possam ser vencidas uma a uma,, dia a dia, passo a passo, através da tua orientação.
que cada amanhecer seja um novo recomeço e possa minha alma conduzir-se rumo à tua energia, óh Luz Divina!
Tuas palavras são marcas luminosas que preenchem as lacunas de meu coração.
que nos momentos de solidão e cansaço seja merecedor de tua mão amiga, lembrando-me que tudo passa e se transforma quando a alma é grande e generosa.
Que no sono reparador minha alma voe contente, nas asas da espiritualidade consciente, para que eu possa perceber a ternura invisível tocando o centro de meu ser eterno.
Que a suave brisa de tua vibração me acompanhe, na terra ou no espaço, como uma inigualável
força invisível espargindo fluidos de amor.
Querida Cabocla, presença Divina do inexplicável, transformai nossos dramas em luz, as tristezas em celebração e nossos passos cansados em dança renovadora.
O tempo se vai, mas algo sempre guardarei,
a tua presença, que um dia encontrei…
a sua força, a sua presença e a sua proteção!!
Saravá a Cabocla Jurema da Praia!!!
Okê Cabocla!!

CABOCLO SETE FLECHAS

Salve Zambi, Pai e Criador de todo o Universo ! Salve Oxóssi, Rei da Mata e chefe de todos os Caboclos ! Salve Seu Sete Flechas e sua falange guerreira!
Sete Flechas, baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos para que possamos entrar em comunicação com esta centelha de luz divina que emana das vossas sagradas flechas, defendendo e amparando-nos neste mundo terreno. Salve as sete flechas que vos foi dada,espiritualmente, para defender-nos de todas as provas que não nos vem de Zambi.
Bendito seja Oxóssi que vos o colocou sobre o vosso braço direito a flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores; bendito seja Ogum, que colocou sobre vosso braço esquerdo a flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais; bendito seja Xangô que vos cruzou uma flecha em vosso peito para defender-nos das injustiças da humanidade; bendita seja a grande Mãe Yemanjá que colocou uma flecha em vossas costas para defender-nos das traições de nossos inimigos.
Bendito seja Oxalá que vos colocou uma flecha sobre vossa perna direita para cobrir os nossos caminhos materiais e a senda da espiritualidade, bendita seja as Santas Almas que vos botou uma flecha sobre vossa perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminando os nossos espíritos e defendendo-nos de todas as forças contrárias à vontade de Deus. Bendito seja os Ibejis que entregaram em vossas sagradas mãos a flecha do astral superior, para dar à humanidade a divina força da fé e da verdade. Zambi foi quem ordenou, os Orixás as flechas vos entregou. Com as forças das sete flechas, Seu Sete Flechas me abençoou.

Esta musica e muito bonita, por isso dedico-a a todos os Marinheiros. É DOCE MORRER NO MAR (Dorival Caymmi)

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite foi
Madrugada nao voltou
O marinheiro bonito sereia do mar levou

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar

Nas ondas verdes do mar meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de novo no colo de Iemanja

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar http://youtube.com
Seu marinheiro
Que vida é a sua
Tomando cachaça
caindo na rua ?
Eu bebo sim
Eu bebo muito bem
Bebo com meu dinheiro
Não devo nada a ninguem
Entidade ligada ao povo d’água. Sua função dentro desta linha é de fazer a limpeza de toda a carga acumulada, após algum trabalho mais pesado, levando todas as cargas negativas para as ondas do mar sagrado.

Entidade que trabalha na linha de Iemanjá, com forte influencia de Ogum, facilmente (ou comumente), confundido com marinheiro, é uma entidade que não bebe e nem fuma, seu descarrego é baseado no movimento da “marola do mar”, que vai e vem.

Foi um ser vivente em uma época muito distante. Quando vivo, tinha fixação pelas ondas do mar, conseqüentemente por Iemanjá, passava horas a fio a observar as ondas na esperança de vê-la. Cansado de esperar pela visão tão esperada, foi ao encontro das ondas julgando ouvir o chamado de Iemanjá, sendo assim tragado pelas ondas, encontrando enfim a morte nos braços de sua paixão.

Passado o tempo, voltou como entidade, por sua afinidade com este Orixá, passou a trabalhar nesta linha, com a função de levar para Iemanjá toda a carga negativa que se encontrasse ao redor de seus filhos queridos.

É uma entidade rara em terreiros de umbanda, até hoje poucos se viram ou se sabe da existência, porém, é uma entidade de muita força e luz.

Música favorita

Marinheiro, Marinheiro…
Marinheiro Só…
Quem Te Ensinou A Nadar…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Marinheiro Só…
Oi Foi O Balanço Do Mar!
Marinheiro Só…
Lá Vem…Lá Vem…
Ele É Faceiro… Todo De Branco…
Com Seu Bonezinho… Marinheiro, Marinheiro!
Quem Te Ensinou A Nadar…
Oi Foi O Tombo Do Navio…
Oi Foi O Balanço Do Mar…
Eu Não Sou Daqui…Eu Sou Do Amor!
Eu Sou Da Bahia…De São Salvador!
Marinheiro Só…

—————————————–

Marinheiro Agüenta O Leme
Não Deixa A Barca Virar!
É Contra O Mar
É Contra O Vento!
É Contra O Vento
É Contra O Mar!

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Ô Martim Pescador Que Vida É A Sua?
Bebendo Cachaça E Caindo Na Rua!
Não Vá Beber… Não Vá Se Embriagar!
Não Vá Cair Na Rua Pra Polícia Te Pegar!
Eu Já Bebi… Eu Já Me Embriaguei!
Eu Já Caí Na Rua E A Polícia Não Pegou!

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Eu Venho De Longe Pisando Na Areia
Na Areia Tenho Que Pisar!
Mas Ele É Seu Marinheiro Verdadeiro…
Aqui Em Qualquer Lugar!

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Um Barquinho Vem Vindo Do Mar…
É O Marinheiro Que Vem Trabalhar!
Ele É Filho Das Águas Claras…
Eu Venho Aqui Quando Me Chamar!

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Marinheiro Vem Do Mar…
No Balanço Do Navio…
Vem Trazendo A Santa Bênção…
Para Todos Os Seus Filhos!
Yemanjá Governa As Águas
Yansã A Tempestade
Com A Força Do Divino
Vem Trazendo A Caridade!
No Céu A Lua Brilha
As Ondas Do Mar Balançam
No Dia De Nossa Senhora
Na Areia A Sereia Canta!

—————————————–

Ei Marinheiro
Seu Barco Estava Afundando!
Ainda Bem Que Ele Foi Salvo
Na Jangada Dos Baianos!
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ô, Marinheiro…
Dá licença de passar,
Seu navio está no porto,
Ele veio de alto mar.
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…
É no balanço do mar q ele vem…
É no balanço do mar q ele vai…
—————————————–

Rema a canoa, Canoeiro…
Rema a canoa, Devagar…
Rema a canoa.
Canoeiro, não deixe o barco virar.
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Jangadeiro

Não sou ninguém,mas também não tenho medo
Pego a jangada vou pro mar contar segredo

A Janaina e a Mamãe Yemanja
Com a licença de todo povo do mar

Levo amos e trago sabedoria
Pra ver em terra um pouco mais de alegria

Um sorriso sem ser forçado
E um inocente sem ser culpado

Ser jangadeiro é ser mais que pescador
É ter no mastro uma bandeira de oxalá

Mas com licença de Mamãe Oxum
E seu Ogum Beira-Mar Eliminar
pois na hora de beber nada recusam, fumam também de tudo: cigarros de palha, cigarros, cigarrilhas e até cachimbo.

Se relacionam com os amores ilícitos, passageiros e encontros esporádicos com amantes. Também se pede a eles que nos protejam nas viajens pelo mar e que nada de mal nos ocorra. Como qualquer outra entidade de umbanda dão conselhos.

As mulheres deste povo representam as mulheres que trabalham nas cercanias dos portos exercendo a prostituição e servindo bebidas nos bares, onde se juntavam para beber os Marinheiros, Malandros e Ciganos, realizando seus negócios e muitas vezes comprando o contrabando trazido nos barcos.

Marinheiros no Catimbó

São também grandes Mestres da jurema e possuidores de um grande ensinamento. São em geral marinheiros, marujos, navegadores e pescadores que na maioria tiveram seu desencarne nas águas profundas do mar. São comandados e chefiados pelo Mestre Martim Pescador, grande catimbozeiro e que trabalha com as energias das águas do mar.

Marinheiros no Catimbó

São também grandes Mestres da jurema e possuidores de um grande ensinamento. São em geral marinheiros, marujos, navegadores e pescadores que na maioria tiveram seu desencarne nas águas profundas do mar. São comandados e chefiados pelo Mestre Martim Pescador, grande catimbozeiro e que trabalha com as energias das águas do mar.

Em comum não são possuidores de giras próprias e se fazem presentes nas giras do Catimbó. Em algumas regiões são conhecidos como marujeiros. Quase sempre se apresentam bêbados, e tem em suas danças o balanço das ondas do mar. Suas cores são o branco e azul, vem quase sempre vestidos de marujos, tem no peixe o seu símbolo máximo, comem todos os tipos de frutos do mar e bebem também a cerveja e a cachaça. Sua saudação é TRUNFÊ, TRUNFÁ TRUNFÁ REÁ, A COSTA MARUJADA!!!

SALVE OS MARIEIROS

Os Marinheiros

Aos poucos eles desembarcam de seus navios da calunga e chegam em Terra. Com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão. São os marujos que vêm chegando para trabalhar nas ondas do mar. Os Marinheiros são homens e mulheres que navegaram e se relacionaram com o mar. Que descobriram ilhas, continentes, novos mundos.

Enfrentaram o ambiente de calmaria ou de mares tortuosos, em tempos de grande paz ou de penosas guerras. Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua), e trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé, confiança e trabalho unido, em grupo.

Seu trabalho é realizado em descarrego, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas. Em muito, seu trabalho é parecido com o dos Exus. Dificilmente um leigo irá notar a diferença entre alguns marinheiros e os Exus na ora da gira, pois alguns Exus vêm com todos os trejeitos dos Marinheiros e com outros nomes, é quase imperceptível.

Linha ou falange dos marinheiros tem sua origem na linha de Iemanjá e são chefiados por uma entidade conhecida por Tarimá. São espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros.
São muito brincalhões e normalmente bebem muito durante os trabalhos, por esse motivo a sua evocação não é muito freqüente, o plano espiritual superior os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas.

A descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda, próximo aos seus freqüentadores.

Nunca andam sozinhos, quando em guerra unem-se em legiões, fazendo valer o principio de que a união faz a força, o que os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns representantes mais conhecidos:

Maria do Cais

Chico do Mar

Zé Pescador

Seu Marinheiro Japonês

Seu Iriande

Seu Gererê

Seu Martim Pescador

Da linha do Povo D'água ou de Iemanjá, geralmente baixam para beber e brincar podem-lhe ser pedidos coisas simples. Não é muito aconselhável a incorporação dessas entidades, devido a quantidade de bebida que ingerem. Com doutrinação, porém, eles não bebem em excesso.

Vem com seus bonés, calças, camisa e jaleco, em cores brancas de marinheiros e azul marinho de capitães de barco.

Nunca se oferece a eles conchas, estrelas do mar ou outros objetos do mar, pois como Marinheiros que são, consideram que ter objetos pertenecentes ao mar traz má sorte, a exceçao dos búzios (que não consideram como adornos, e sim como símbolo de dinheiro). Este povo recebe as oferendas na orla do mar em lugar seco sobre a areia.

A gira de marinheiro e bem alegre e descontraída. Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas. A marujada coloca seus bonés e, enquanto trabalham, cantam, bebem e fumam. Bebem Whisky, Vodka, Vinho, Cachaça, e mais o que tiver de bom gosto. Fumam charuto, cigarro, cigarrilha e outros fumos diversos.

Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um "porto seguro". A gira de marinheiro, em muito, parece uma grande festa, pela sua alegria e descontração, mas também, existe um grande compromisso e responsabilidade no trabalho que é feito.

Seus integrantes se apresentam com a aparencia de marinheiros e pescadores, gente acostumada a navegar. Representam o homem do mar, bebedor, mulherengo, que gosta de beber com os amigos nos bares e cantar alguma canção. São alegres e encaram os problemas de um ponto de vista simples. Caminham balançando-se de um lado para o outro, como se estivessem mareados. Bebem de tudo,
Antigamente nem em sonho existia
tantas pontes sobre os rios nem asfalto nas estradas
A gente usava quatro ou cinco sinueiros
prá trazer o pantaneiro no rodeio da boiada
Mas hoje em dia tudo é muito diferente
com progresso nossa gente nem sequer faz uma idéia
Que entre outros fui peão de boiadeiro
por esse chão brasileiro os heróis da epopéia
Tenho saudade de rever nas currutelas as mocinhas
nas janelas acenando uma flor
Por tudo isso eu lamento e confesso que
a marcha do progresso é a minha grande dor
Cada jamanta que eu vejo carregada
transportando uma boiada me aperta o coração
E quando eu vejo minha tralha pendurada de tristeza
dou risada prá não chorar de paixão
O meu cavalo relinchando pasto a fora
que por certo também chora na mais triste solidão
Meu par de esporas meu chapéu de aba larga
uma bruaca de carga o meu lenço e o facão
O velho basto o cinete e o mateiro
o meu laço e o cargueiro o ginete e o gibão
Ainda resta a guoiarca sem dinheiro
deste pobre boiadeiro que perdeu a profissão
Não sou poeta, sou apenas um caipira
e o tema que me inspira é a fibra de peão
Quase chorando encolhido nesta mágoa
rabisquei estas palavras e saiu esta canção
Canção que fala da saudade das pousadas
que já fiz com a peonada junto ao fogo de um galpão
Saudade louca de ouvir um som manhoso
de um berrante preguiçoso nos confins do meu sertão.
assim como, a perseguir a elevação espiritual, dentro daquelas características. A evolução de cada entidade se dá mais pelo trabalho que pratica, pelo bem que alcança e dirige a quem necessita, do que pela maneira como se manifesta, fala ou se veste.

Assim sendo é muito mais importante nos aproximarmos da figura que a entidade nos proporciona, do que ficarmos procurando uma maneira de investigar e determinar o que não nos é devido.

Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns tem uma dificuldade muito grande de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos, que são filhos da casa, normalmente iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha a mediunidade de incorporação. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Dançam muito e gostam de cantar também. Bebem vinho, cerveja, ou a macaia que é uma mistura de ervas. Fumam normalmente charutos, mas alguns Boiadeiros fumam o palheiro, que é um cigarro feito de palha de milho com fumo de corda ou rolo ou até mesmo cigarros normais.

Os Caboclos, embora comandados por Oxóssi, Orixá da caça, que na Umbanda é louvado como rei das Matas, estão sempre ligados a um determinado Orixá e mantém suas características, de alguma forma ligada a esse Orixá. As Caboclas normalmente estão ligadas a Orixás femininos.

Os Caboclos de couro - Boiadeiros - são alegres e festeiros, são bem mais descontraídos e extrovertidos que os Caboclos de penas. Gostam de música, alguns gostam de samba, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como ” Encantados “. Eles não teriam morrido para se espiritualizarem, teriam sido encantados e se transformados em entidades especiais.

Os Caboclos de Pena são exímios na arte de curar e na limpeza espiritual, são profundos conhecedores das ervas medicinais e de suas propriedades espirituais, assim como suas propriedades terapêuticas para o tratamento de muitos males. São grandes passistas e os resultados de seus trabalhos aparecem muito rapidamente. Gostam muito de crianças e se entristecem muito com o mal tratamento dispensado a elas por maus pais.

Gostam muito de frutas, plantas e flores e suas festas devem ser bem ornamentadas pelos Zeladores de santo, que tem neles uma barreira muito grande contra os males de natureza material e espiritual. A ornamentação não precisa ser suntuosa, pois são entidades bastante simples, mas flores e folhas compõem arranjos que os deixam muito satisfeitos.

Nas matas, cachoeiras, praias, rios, montanhas, sempre haverá a presença de um Caboclo, assim como entre as plantas e animais: Mata Virgem, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Caboclo Arruda, Caboclo Guiné, Cobra Coral, Sucuri, Jibóia; Os ligados diretamente aos Orixás, Caboclo Rompe Mato ( Ogum/Oxosse), Caboclo da Pedra (Xangô); aos ligados às forças da natureza, Caboclo Ventania, Sete Cachoeiras; aos ligados às atividades nas florestas, Caboclo Caçador, Flecheiro; aos ligados ao desmanche de feitiços, Serra Negra; aos ligados às cores, Caboclo Roxo; às tribos, Caboclo Tupi, etc… Em suma, sempre haverá um Caboclo ligado a qualquer área da natureza para nos proteger e auxiliar. Saravá Caboclo, Saravá toda a Macaia. Saravá Jurema, Jupira, Jandira, Iara, e tantas outras Caboclas maravilhosas que enfeitam os rios, as serras com sua beleza e força e nas festas bradam e dançam, mostrando a feminilidade indígena, inocente, feliz, mas forte. Grandes trabalhadoras da seara de Oxalá. Okê Caboclo, Okê!

Esses são os Caboclos de pena! As características dos de couro são bastante diferentes, mas que não modificam suas intenções na prática do bem e da caridade. Os Boiadeiros também apresentam diversidades de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre, Boiadeiro do Sertão e muitos outros tipos.

São cantigas muito alegres, tocadas num ritmo vibrante, enquanto os Boiadeiros se esbaldam nas festas a eles consagradas. São porém grandes trabalhadores e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade.

Boiadeiros gostam de cerveja, vinho, fumam charutos, cigarros de palha, ou mesmo cigarros comuns, alguns tomam cachaça com mel, vinho puro ou com mel, usam chapéus de couro, rebenques ou laços, alguns tocam berrante. É tal e qual se poderia presenciar no homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando o gado, tratando, marcando. A noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas um arroubo de alegria.

Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados. Algumas casas adotam determinadas doutrinas que lhes tolhem um pouco as características. Não lhes permitem fumar ou beber e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições da casa é por que é maior o desejo da caridade, do que mostrarem-se como realmente são.

Isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito menos deprecia tal doutrina. No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem que queiramos por nossas variações sociais, determinar suas procedências ou negar suas qualidades.

tudo sobre os caboclos e boiadeiros

São geralmente espíritos de civilizações primitivas, tais como índios: Íncas, Maias, Astecas e afins. Foram espíritos de terras recém formadas e descobertas, eles formaram sociedades (tribos e aldeias), com perfeita organização estrutural, tudo era fabricados por eles, desde o cultivo de alimentos até a moradia.

Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.

Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham “incorporados” a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.

São subordinados aos Orixás, o que lhes concede uma força mestra na sua personalidade e forma de trabalho, igual aos Preto-velhos.

Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a sua forma de trabalho.

Costumam usar durante as giras, penachos e fumam charutos. Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa linha.

Seus “brados”, que fazem parte de uma linguagem comum entre eles, representam quase uma “senha” entre eles. Cumprimentos e despedidas são feitas usando esses sons.

Costumamos dizer que as diferenças entre eles estão nos lugares que eles dizem pertencer. Dando como origem ou habitat natural, assim podemos ter:

Caboclos da mata - Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com elas.

Caboclos da mata virgem - Esses viveram mais interiorizado nas matas, sem nenhum contato com outros povos.

Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros. Mais ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos um dos outros.

A primeira é a “especialidade” de cada um, são elas: curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra (agricultores), parteiras, entre outros.

A segunda é diferença criada pela “força da natureza” que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.

Para nós da Umbanda, é importantíssimo saber que a “personalidade” de um caboclo se dá pela junção de sua “origem”, “especialidade” e “força da natureza” que o rege.

E é nessa “personalidade” que centramos nossos estudos. Assim como os Preto-velhos, eles podem dar passe, consulta e correntes de energização ou participarem de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente com a manipulação.

Quando falamos em manipulação, estamos nos referindo desde preparo de remédios feitos com ervas, emplastos, compressas e banhos em geral até manipulação física, como por rezar “espinhela caída”.

Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia. Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.

Como são espíritos da mata propriamente dita, todos recebem forte influência de Oxossi, no sentido apenas do conhecimento químico das ervas, independente do Orixá que trabalhe.

São espíritos que também trabalham muito com passe. Acreditamos ser pela facilidade de locomoção, já que normalmente trabalham em pé.

São também bastante necessários na hora de um descarrego, pois conseguem acoplar no médium em qualquer posição.

Os chefes dos povos se denominam “chefes dos Orixás”, sendo que são chamados “chefes de falange” ou “falangeiros”. Os chefes e todos os integrantes de cada linha vem em representação do Orixá que os manda, atuando como este e trabalhando do mesmo modo, apesar de terem diferenças entre si, dependendo do tipo de “falange” a que pertencem.

CABOCLOS DE PENA E DE COURO

Falar de Caboclos é uma tarefa bastante agradável, ainda que extensa e difícil, pois existem tantos que seria uma grande leviandade, declararmos conhecer a todos. Inicialmente é importante conhecermos uma diferenciação que se faz entre eles. Os Caboclos de Couro e os de Pena. Caboclos de Couro, são os Boiadeiros, e os de Pena são os Índios. Ainda tem os Caboclinhos, que são índios meninos, muito comuns no Nordeste do Brasil.

Distribuição das tribos indígenas no Brasil em 1500

Muito se fala a respeito de que tipo de espíritos poderiam ser os Caboclos, Pretos-Velhos, etc… Seriam mesmo índios? Ou em relação aos Pretos-Velhos, seriam somente negros ou escravos?

O trabalho da caridade espiritual é muito grande e não caberia somente a esta ou aquela qualidade de espíritos praticá-la. Se nas falanges de Caboclos ou em outra qualquer, não se manifestarem somente espíritos daquela classe, isso não muda em nada sua força. E qualquer espírito que se aproxime ou que lhe seja determinado trabalhar naquela determinada linha vibracional, às características da falange deverá ser amoldar.

Isso se aplica a qualquer qualidade de espírito. Até mesmo aqueles que em suas vidas pretéritas tenham convivido em camadas sociais diversas, podem depois de desencarnados trabalharem em qualquer falange, mas para isso moldam-se a ela utilizando-se da roupagem característica dela.

Já imaginaram um Caboclo manifestado de paletó e gravata, dando consultas com um lap top?

O que quero dizer é que as falanges de Caboclos, são mesmo índios, ou no caso dos Caboclos de Couro, são boiadeiros, vaqueiros, trabalhadores do campo. Entretanto, não é impossível a outros espíritos que viveram em outras classes sociais, aproximarem-se, por gosto ou determinação superior, às características da falange em questão e passarem a praticar a caridade,

domingo, 27 de abril de 2008

Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu, choveu
Relampiou
Foi nessa água que seu boi nadou
Mas,
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu, choveu
Relampiou
Foi nessa água que seu boi nadou


Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que água rolou
Foi nessa água que seu boi nadou
Foi nessa água que seu boi nadou
Seu boiadeiro cadê sua boiada?
Sua boiada ficou em Belém
Chapéu de couro ficou lá também
Chapéu de couro ficou lá também


Chetruê, Chetruá
Corda de laçar meu boi
Chetruê, Chetruá
Corda de meu boi laçar
Chetruê, Chetruá
Corda de laçar meu boi
Chetruê, Chetruá
Corda de meu boi laçar
Seu Boiadeiro
Cade sua boiada ?
Mas, Seu Boiadeiro
Cade sua boiada ?
Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai
É nosso camarada
Seu boiadeiro na Jurema é nosso pai
É nosso camarada




Chetruê, Chetruá
Minha corda é de laçar
Chetruê, Chetruá
Meu boi fugiu mandei buscar
A minha boiada é de trinta e um
Vieram trinta
está faltando um


A menina do sobrado me chamou pra seu criado
Eu mandei dizer a ela que estou vaquejando seu gado
Sou eu boiadeiro que gosta do samba arrojado } bis
A menina do sobrado não penteia mais cabelo
Passa o dia na janela esperando boiadeiro
Sou eu boiadeiro que gosta do samba arrojado } bis



Seu boiadeiro por aqui choveu
Mas choveu tanto que água rolou
Foi tanta água que seu boi bebeu seu boiadeiro
Foi tanta água que seu boi nadou


Eu tenho meu chapéu de couro
Eu tenho a minha guiada
Eu tenho meu lenço vermelho
Para tocar minha vaquejada


Seu boiadeiro onde está sua guiada } bis
Sua guiada ficou lá em Belém
Chapéu de couro ficou lá também
Boiadeiro sem guiada não é ninguém


Chetruá, Chetruá
Corda de laçar meu boi
Chetruá, Chetruá
Corda de meu boi laçar
Me chamam de boiadeiro
Naõ sou boiadeiro não
Eu sou laçador de gado
Boiadeiro é meu patrão
Xetruá, Xetruá
Me chamam de boiadeiro
Naõ sou boiadeiro não
Eu sou laçador de gado
Boiadeiro é meu patrão
Xetruá, Xetruá.

Boiadeiro


A gira dos boiadeiros é quase sempre uma extensão da gira de caboclos.
Caracteriza-se pelo ineditismo de “pé de dança”, numa coreografia intrincada de passos rápidos e ágeis, surpreendentemente máscula, que mais parece de um dançarino mímico, liderando bravamente com um boi bravo (ou uma boiada) invisível.
Os médiuns do terreiro, desejando agradar a entidade sertaneja, paramentam-se com roupas próprias do personagem: gibão ou avental de couro, chapéu de vaqueiro e uma corda (“corda de laçar meu boi”) que será usada em movimentos giratórios acima da cabeça do laçador.
Assim, ficas à disposição do “amigo leal” que logo chegará, via mediúnica, com seus trejeitos, fumando seu indefectível cigarro de palha ou charuto, falando e cantando num tosco linguajar de homem do interior, além de muita jovialidade para com os encarnado.
Seu cantório enaltece os Orixás, dizem da sua camaradagem com os Caboclos, falam de Jesus e Nossa Senhora com respeito e carinho, do catolicismo colonial, lembram o “cálice bento e a hóstia consagrada”, mas a toada de sempre é sobre os verdes campos, a boiada, o cavalo baio, seu amor ao Brasil, os vícios e predileções - beber, fumar, namorar, o samba rasgado. Improvisam versos ou repetem os mais de duzentos já publicados e conhecidos pelos freqüentadores que se divertem com os ditos espirituosos, embasbacados pela prodigiosa memória do cantador sobrenatural. Em cima disso tudo, percebe-se claramente a religiosidade ingênua, prosaica, mas prudente reconhecimento de si mesmo ante a atuação viva de um Ser maior.

PRATOS E BEBIDAS A OFERECER AOS BOIADEIROS

Tutu à mineira, carne de sol, farofa, churrasco, frutas
Bebidas: Cerveja branca, pinga, vinho tinto, chá preto, pinga com mel.

SAUDAÇÃO
Xetroá Boiadeiro
Xetroá Cubajé
Xetrô Murrumbaxêtro

Sua Guia: com contas amarelas, brancas, olho de boi, olho de cabra, etc. Poderá também trazer um crucifixo.
Vela: amarela, branca, amarela/preta
Um pouco mais sobre Boiadeiros: Ô! Boi!!!
ORAÇÃO PAI NOSSO
Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, Vem a nós o vosso reino,
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu,
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,perdoai as nossas ofensas,
Assim como perdoamos a quem nos tem ofendido,
Não nos deixeis cair em tentação, livrai-nos do mal,
Amém.

CREDO
Creio em Deus Pai todo Poderoso, Criador do céu e da Terra
E em Jesus Cristo seu único filho, nosso Senhor
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, Nasceu da Virgem Maria,
Padeceu sob Pôncio Pilatos, Foi crucificado, morto e sepultado
Desceu á Mansão dos mortos, Ressuscitou ao terceiro dia, Subiu aos céus
e está sentado a direita de Deus pai todo poderoso, Donde há de vir julgar os vivos e os mortos
Creio no Espírito Santo, Na santa igreja católica,
Na comunhão dos santos, Na remissão dos pecados,
Na ressurreição da carne, Na vida eterna,
Amém.
AVE MARIA
Ave Maria,
cheia de graça,
o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
Amém.
Orações

SALVE RAINHA
Salve Rainha,
Mãe de Misericórdia,
vida e doçura esperança nossa salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia pois advogada nossa
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro mostrai Jesus bendito fruto em vosso ventre,
ó clemente,
ó piedosa
ó doce e Santa Virgem Maria.
Rogai por nós Santa mãe de Deus.
Para que sejamos sempre livre do pecado,
protegido de todos os perigos
e dignos da promessa de Cristo. Amém

ORAÇÃO AS 13 ALMAS BENDITAS

" Oh! Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, a vós peço, pelo amor de Deus, atendei o meu pedido.
Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, a vós peço, pelo sangue que Jesus derramou, atendei o meu pedido.
Pelas gotas de suor que Jesus derramou do seu Sagrado Corpo, atendei o meu pedido.
Meu Senhor Jesus Cristo, que a vossa proteção me cubra, vossos braços me guardem no vosso coração e me proteja com os vossos olhos.
Oh! Deus de Bondade, vós sois meu advogado na vida e na morte; peço-vos que atendei os meus pedidos, livrai-me dos males e dai-me sorte na vida. Segui meus inimigos; que olhos do mal não me vejam; cortai as forças dos meus inimigos.
Minhas 13 Almas Benditas, sabidas e entendidas, se me fizerem alcançar esta graça (dizer a graça), ficarei devoto de vós.

7 LÁGRIMAS DE UM PRETO - VELHO

Num cantinho de um Terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste Preto-Velho chorava. De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque as contei... Foram 7.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu Preto-Velho, diz ao teu filho por que externas assim urna tão visível dor? E ele, suavemente respondeu; estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada urna delas.
A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
A terceira, distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: creio na UMBANDA, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho, notas corno foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos "olhos" de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam às doutrinas.Esquecem, que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual Assim, filho meu, foi para esses todos que vistes cair, uma a uma, AS 7 LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO.

ORAÇÃO A SÃO JORGE - OGUM

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegarem, cordas e correntes se arrebentarão sem ao meu corpo amarrarem.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem Maria de Nazaré, me cubra com o seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja o meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
E o Glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, em nome da Falange do Divino Espírito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais, e todas as suas más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar se quer que me possa prejudicar. Assim seja com os poderes de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
Amém!
ORAÇÃO A OXALÁ

Salve Oxalá, força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho! Vos nos rogamos, ó bondoso Mestre, a vossa proteção para que, possamos sentir em nossos corações, cada vez mais viva, a chama do nosso amor por Deus e por todas as suas criaturas.
Derramai vossa benção por sobre todos nós e especialmente por sobre aqueles que se encontram recolhidos às casas de saúde, manicômios e penitenciárias, por sobre todos os que nascem neste momento e, ainda, muito especialmente pelo os que desencarnaram e se dirigem, já em espírito, ao mundo invisível, para o ajuste de contas.
Proteção ó Pai Oxalá!...
Força e proteção para todos os que palmilham o caminho do bem e misericórdia para os que vivem no mal e para o mal, esquecidos de si próprios.
Assim Seja!
ORAÇÃO DO PERDÃO

Eu lhe perdoei e você me perdoou, eu e você somos um só perante Deus.
Eu o(a) amo e você me ama também; eu e você somos um só perante Deus.
Eu lhe agradeço e você me agradece.
Obrigado, obrigado, obrigado...
Não existe mais nenhum ressentimento entre nós.
Oro sinceramente pela sua felicidade.
Seja cada vez mais feliz...
Deus lhe perdoa,portanto eu também o(a) perdôo.
Já perdoei a todas as pessoas e acolho a todas elas com o Amor de Deus.
Da mesma forma, Deus me perdoa os erros e me acolhe com Seu imenso amor.
PRECE DE CÁRITAS

DEUS, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forca àquele que passa pela provação;
dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes.
Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. ,
Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra.
Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos.
Oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia.
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós.
Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
NAS AFLIÇÕES DA VIDA

Deus Todo Poderoso, que vedes as nossas misérias, dignai-vos escutar favoravelmente os votos que vos dirigimos neste momento.
Se o nosso pedido é inconsiderado, perdoai-nos; se o julgardes justo e útil, que os bons espíritos, executores da vossa Divina vontade, nos venham auxiliar para que esses votossejam cumpridos.
Sejam votos de exaltação, Senhor, e que a vossa vontade seja feita; seos nossos desejos não forem atendidos, é que entra em vossos desígnios experimentar-nos,e nós nos submeteremos sem queixumes.
Fazei que se não apodere de nós o desânimo e que nema nossa fé e resignação sejam por isso abaladas.
PRECE PARA AFASTAR MAUS ESPÍRITOS

Em nome de Deus Todo Poderoso, que os maus espíritos se afastem de nós e que os bons nossirvam de proteção contra eles.
Espíritos malfeitores que inspirais aos homens maus pensamentos;
Espíritos impostores e mentirosos que os enganais;
Espíritos zombeteiros que vos divertis com a sua credulidade,nós vos repelimos com todas as forças de nossas almas e não atendemos às vossas sugestões,mas imploramos para vós a misericórdia de Deus.
Bons espíritos que vos designais assistir-nos, dai-nos a força de resistir à influênciados maus espíritos e a luz necessária para não nos tornarmos vítimas dos seus embustes.
Preservai-nos do orgulho e da presunção; afastai dos nossos corações o ciúme, o ódio, amaledicência e todos os sentimentos contrários à caridade, que constituem o atrativo dos Espíritos do mal.

Pai Joaquim de Angola E na aroeira de São Benedito
Santo Antônio mandou me chamar>bis
Pai Joaquim, ê ê
Pai Joaquim, ê a
Pai Joaquim veio de Angola
Pai Joaquim veio de Angola, Angolá


Pai José

Pai Mané, cadê Pai José
Foi no mato colher guiné
Quando ele voltar
Diga para vir me ver

Outro:

Ele vive no meio das flores
Beijando a lua
No fundo do mar
Oh meu Pai, que é Pai José
Que veio da Angola, d’Angolá
Oi que vem saravá
Salve Deus
E os caboclos da Aruanda
Pai José chegou
No terreiro de Umbanda
Saudação ao Pai Maneco Pai Maneco senta no toco
Faz o sinal da cruz
Pede proteção a Zambi
Para os filhos de Jesus
Cada conta do seu rosário
É um filho que aí está
Se não fosse o Pai Maneco
Eu não sabia caminhar
PAI MANECO

Ele é preto velho
Preto sim senhor
Ele é o Pai Maneco, meu filho
Nego rezador
Ele tem chicote
Não pra revidar
Ele aponta uma estrela, meu filho
No reino de Iemanjá

PONTO DE PRETO VELHOS

Olelê meu Deus do céu que alegria
O Preto Velho não carrega soberbia
Meu Deus do céu isto aqui eu preferia
A Estrela D’Alva no ponto do meio-dia
Eu vou plantar neste quintal pé de pinheiro>
Para mostrar como se quebra macumbeiro>bis
Olelê meu Deus do céu que alegria
O Preto Velho não carrega soberbia
Meu Deus do céu isto aqui eu preferia
A Estrela D’Alva no ponto do meio-dia
Galo penacho bota macho na campana>
Neste terreiro galo velho não apanha> bis
Chora meu cativeiro>
Meu cativeiro, meu cativerá>
Ora, chora> bis
Preto Velho que veio da Costa
Que veio do Congo, Luanda e Guiné
Preto Velho de Nossa Senhora
Vem no terreiro olhar filhos de fé
Chora meu cativeiro>
Meu Cativeiro, meu cativerá>
Ora, chora> bis
Preto Velho que gira na de Angola
Que gira no de Gejo, Bantú e Nagô
Preto Velho de Nossa Senhora
Filho de Zambi, ele é meu protetor
Chora meu cativeiro>
Meu cativeiro, meu cativerá>
Ora, chora> bis
Preto Velho aqui na terra trabalhou
Tanto trabalhou, até que um dia lá na aruanda
Nossa Senhora o abençoou
Chora meu cativeiro>
Meu cativeiro, meu cativerá>
Ora, chora> bis

TUDO SOBRE OS PRETOS VELHOS




História

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma. Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França. Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros: Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos. No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.XVIII. Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e minas e malês. A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população. Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em anos! Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum). Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea. A Legião de espíritos chamados "Pretos-Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África. Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África. Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião. Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.

Formação da Falange dos Pretos-Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam. Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores, mas no Candomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Usam branco ou preto e?branco. Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares. O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

O NOMES DOS PRETOS-VELHOS

Há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto-Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitiam a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não? há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batismal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome dado pelo seu senhor, sendo o sobrenome sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Ex.: Antônio da Coroa Grande), ou então da região africana de onde vieram (Ex.: Joaquim D'Angola). D'Angola). O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham. No mundo espiritual é bastante semelhante, a grande característica dessa linha é o conselho.? É devido a esse fator que carinhosamente dizemos que são os "Psicólogos da Umbanda".
Eis aqui, como exemplo, o nome de alguns Pretos-Velhos:
Pai Cambinda (ou Cambina), Pai Roberto, Pai Cipriano, Pai João ,Pai Congo, Pai José D'Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim, Pai Antônio, Pai Serafim, Pai Firmino D'Angola, Pai Serapião, Pai Serapião, Pai Fabrício das Almas, Pai Benedito, Pai Julião, Pai Jobim, Pai Jobá, Pai Jacó, Pai Caetano, Pai Tomaz, Pai Tomé, Pai Malaquias, Pai Dindó, Vovó Maria Conga, Vovó Manuela, Vovó Chica, Vovó Cambinda (ou Chica, Vovó Cambinda (ou Cambinda (ou Cambinda (ou Cambina), Vovó Ana, Vovó Maria Vovó Maria Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Luiza, Vovó Rita, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria, Gabriela, Vovó Quitéria, Vovó Quitéria, Quitéria, Quitéria, Vovó Mariana, Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Serra, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria do Rosário, Rosário, Rosário, Vovó Benedita. Obs: Normalmente os Pretos-Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais ?velhos? do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tio ou Tia).

Atribuições

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de ponto de referência referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião. São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem sabem incutir-lhes os conceitos de karma e ensinar-lhes resignação Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão. Pois, no Pois, no no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho. Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo-forma. Outros foram até mesmo Exus, que evoluíram e tomaram as formas de um Pretos-Velhos. Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o Preto-Velho não é um Preto-Velho, ou é, ou o que acontece???". Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em procurar em busca de ajuda. O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um Preto-Velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com com relação àqueles que acreditam, muito pelo acreditam, muito pelo pelo contrário, contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização. Por isso, se você for falar com um Preto-Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo. Para muitos os Pretos-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus desfazendo trabalhos. Também combatem as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas.

A MENSAGEM DOS PRETOS-VELHOS

A figura do Preto-Velho é um símbolo magnífico. Ela representa o espírito de humildade, de serenidade e de de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente. Certa vez, em um centro do interior de Minas, uma senhora consultando-se com um Preto-Velho comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material, usando os trabalhos de Umbanda sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com outros problemas. O Preto-Velho deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: "Sabe filha, essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo. Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas; mas, aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro. Muitas pessoas vem aqui buscar lã e saem tosqueadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de caridade". Essa é a sabedoria dos Pretos-Velhos... Os Pretos-Velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito. Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida: "Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis podeis encontrar o teu encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano).

CARACTERISTICAS:


Irradiação
Todos os Pretos-Velhos vem na linha das Almas, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias)
Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.
Roupas
Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéude palha.
Bebida
Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).

Dia da semana:Segunda-feira
Chakra atuante:básico ou sacro
Cor representativa:preto e branco;
Fumo:cachimbos ou cigarros de palha.

Obs:Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.
Cozinha Ritualística
Tutu de feijão preto
Mingau das almas
É um mingau feito de maizena e leite de vaca (às vezes com leite de coco), sem açúcar ou sal, colocado em tigela de louça branca. É comum colocar-se uma cruz feita de fitas pretas sobre esse mingau, antes de entregá-lo na natureza.
Bolinhos de tapioca
Os bolinhos de tapioca são feitos colocando-se a tapioca de molho em água quente (ou leite de coco, se preferir), de modo a inchar. Quando inchado, enrole os bolinhos em forma de croquete e passe-os em farinha de mesa crua. Asse na grelha. Colocar os bolinhos em prato de louça branca podendo acrescentar arruda, rapadura, fumo de rolo, etc.
Obs: Nas sessões festivas de Pretos-Velhos, é usual servir a tradicional feijoada completa, feita de feijao preto, miúdos e carne salgada de boi, acompanhada de couve à mineira e farofa.



PRECE DE ZÉ PELINTRA
Salve Deus, Pai Criador de todo Universo
Salve Oxalá, força divina do amor, exemplo vivo de abnegação e carinho.
Bendito seja o Senhor do Bom Fim.
Bendita seja a Imaculada Conceição.
Salve Zé Pelintra, mensageiro de luz, guia e protetor de todos aqueles que em nome de Jesus praticam a caridade.
Dai-nos Zé Pelintra, o sentimento suave que se chama misericórdia. Dai-nos o bom conselho. Dai-nos a proteção quando puderdes. Dai-nos o apoio, a instrução espiritual de que necessitamos para darmos aos nossos inimigos o amor e a misericórdia, que lhe devemos por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que todos os homens sejam felizes na terra e possam viver sem amarguras, sem lágrimas e sem ódios.
Tornai-nos, Zé Pelintra, sob a vossa proteção; desviai de nós os espíritos atrasados e obsessores, enviados pelos nossos inimigos encarnados e desencarnados e pelo poder das trevas.
Iluminai nosso espírito, nossa alma, nossa inteligência e o coração, abrasando-nos nas chamas do vosso amor por nosso Pai Oxalá.
Valei-me, Zé Pelintra, nesta necessidade, concedendo-nos a graça de vosso auxílio junto a Nosso Senhor Jesus Cristo, em favor deste pedido que fazemos agora (faz-se o pedido).
E que Deus Nosso Senhor, em sua infinita misericórdia vos cubra de bênçãos e aumente a vossa força, para que mais e mais possas espelhar sobre a terra a caridade e o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

sábado, 26 de abril de 2008

a gira de zé pelintra

A gira de Zé Pelintra é muito alegre e com excelente vibração, e também disciplina é o que não falta. Sempre Zé pelintra procura trabalhar com seus camaradas, e às vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar o que traz do astral. Zé Pelintra atende a todos sem distinção, seja pobre ou rico, branco ou negro, idoso ou jovem. Seu Zé Pelintra tem várias estórias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até o Recife. Todavia, a principal história que seu Zé Pelintra quer escrever, é a da CARIDADE, e que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de Pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fim de que possa existir uma corrente inesgotável de Amor ao Próximo.

Zé Pelintra nasceu no nordeste, mais provavelmente em Recife e veio para o Rio de Janeiro, onde se malandreou na Lapa e um certo dia foi assassinado a navalhadas em uma briga de bar.

Assim, Zé Pelintra formou uma bela Falange de malandros de luz, que vêm ajudar aqueles que necessitam, os malandros são entidades amigas e de muito respeito.

Podemos citar além de Seu Zé Pelintra, Seu Chico Pelintra, Antonio Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro etc.

Quando o assunto é Zé Pelintra, Catimbó/Jurema, sempre surge alguém a dizer que Zé Pelintra não incorpora mais, que só existe um, que isso e aquilo…não quero levantar nenhuma polemica, mas se alguém andar nos terreiros de jurema do Nordeste principalmente vai ver o Mestre Zé Pelintra trabalhando para a caridade e amor ao próximo.

Eu particularmente tenho a honra e a felicidade de ter o mestre Zé Pelintra como meu mentor, pois com ele aprendi e ainda aprendo muito, ele me ensinou que a jurema não é comercio, que estamos aqui para ajudar, para passar os ensinamentos a nosso filhos e afilhados, que o egoísmos, ganância, arrogância, e prepotência são um mal que nos coloca no abismo. Um bom médium é simples, consciente de seus deveres e obrigações, sabe que pode recorrer a seus guias nas necessidades, e será socorrido.

Não sou médium de Zé Pelintra, sou primeiramente afilhada dele, pois ele que me batizou na jurema quando eu era ainda uma criança, sou sua aluna, sua cambona, e sua juremeira. Em minha vida espiritual já vi o Mestre Zé Pelintra, trabalhando na umbanda, na Jurema, sempre praticando a cura, abertura de caminhos, levantando espiritualmente, ensinando, e cuidando para que a corrente se mantenha firme.
Com seu jeito alegre e despojado, ele vai atendendo a todos, sem deixar ninguém de fora.

Por enquanto é isso, pois falar de seu Zé é emocionante.

Saravá seu Zé!

Este é o relato de uma Irmã que cultua a Jurema Sagrada publicado na comunidade Mestre Zé Pelintra, a esta irmã só temos que agradecer por este texto.

essa é a imagem de zé pilintra do catimbó

Já o Catimbó, que não tem a pompa das religiões africanas ou a teatralidade das entidades de Umbanda se apresenta com a doutrina Católica fortemente apoiada pelos Santos de devoção e seus Mestres se apresentam com simplicidade.

Como estamos fazendo comparações com as religiões e doutrinas africanas é importante observar que os Mestres não trabalham subordinados aos Orixás de umbanda ou das nações Nagô. Diferente dos falangeiros da Umbanda ,que não são os Orixás das nações, (apesar de os Umbandistas mal informados assim os considerarem, seja porque são ignorantes no assunto ou seja porque esta comparação errada lhes é conveniente), que são subordinados a linhas, os Mestres respondem ao Mestre principal da casa. Não tem também a obrigação de pertencer a uma “cabeça” ou “coroa”. Eles podem estar e depois não estar mais.

Para as pessoas que trabalham no Catimbó e são de nação ou de Umbanda os Mestres vão respeitar os Orixás ou guias devido a energia maior destes, mas não por subordinação. Devemos atentar para o fato de que pela própria característica de os Mestres serem ex-viventes (os chamados Eguns da nação) ele se incorporam nos médiuns com uma energia mais fraca. Os espíritas tem uma classificação para este tipo de incorporação de baixa energia.Não que isto prejudique o medium ou os torne inferiores, mas, é apenas uma constatação real e característica dos Mestres.

Mestres e o Catimbó

No panteão juremista existem vários Mestres e mestras, cada qual responsável por uma atividade relacionada aos diversos campos da existência humana (cura de doenças, trabalho, amor...). Há ainda aqueles responsáveis por fazer trabalhos contra os inimigos. Nas mesas e rodas as representações das entidades relacionadas nesta categoria são as mais elaboradas, geralmente possuindo o “estado completo” e a jurema plantada; em especial a do Mestre da casa, aquele que incorpora o juremeiro, faz consultas e inicia os afilhados nos segredos do culto. Por tudo isso este Mestre é carinhosamente chamado de “meu padrinho”

Aliás esta característica de independência dos Mestres é que os tornam muito eficazes e temidos. São entidades que trabalham com magia direita e esquerda e não estão contidos por critérios ligados a Orixás

Não que os Mestres sejam desprovidos de justiça e bon senso, ou mesmo superiores a outras entidades e Orixás, mas o seu trabalho não depende de hierarquias complexas de serem atendidas.

Os Mestres são guias, orixás sem culto, acostando espontaneamente ou invocados para servir. Cada um possui fisionomia própria, gestos, vozes, manias e predileções. Sâo muito ligados a sua última vida e às coisas terrenas por isso fazem questão de algumas peças de indumentária, mas, não tem a teatralidade exagerada das entidades de umbanda. A fisionomia é uma forma muito característica de se reconhecer um Mestre. Com um pouco de experiência pode-se reconhecer um Mestre pelos ademanes, trejeitos, posição das mãos, da boca e forma de andar.

Cada Mestre tem sua linha, um canto ou cantiga, de melodia simples. Há Mestres que não tem linha, como Mestre Antonio Tirano e Malunginho, ambos ferozes. Essa linha era cantada como uma invocação ao Mestre. Sem canto não ha encanto. Todo feitiço é feito musicalmente. Alinha é o anuncio e o pregão característico do Mestre.

Cada Mestre está associado a uma cidade espiritual e a uma determinada planta de ciência (angico, vajucá, junça, quebra-pedra, palmeira, arruda, lírio, angélica, imburana de cheiro e a própria jurema, entre outros vegetais), existindo ainda alguns relacionados à fauna nordestina. Para os Mestres relacionados a uma planta que não a jurema, são estas plantas que têm seus troncos plantados nas mesas dos discípulos.

Por exemplo, a cidade do Mestre angico deve ser plantada em um tronco da arvore do mesmo nome; as cidades das mestras geralmente são plantadas em troncos de imburana de cheiro. No caso dos Mestres que têm relação com vegetais, são daquelas espécies que tiram a força e a ciência para trabalhar. Os que têm relação com animais, acredita-se que eles possam encantar-se em animais das espécies referidas, aparecendo em sonhos, visagens e, muitas vezes, assim metamorfoseados quando incorporados em seus discípulos.

Como oferendas, os Mestres recebem a cachaça, o fumo – seja nos charutos ou cachimbos -, alimentos próprios de cada um e a jurema, bebida feita com o sumo vermelho retirado da casca e da raiz da jurema e que pode receber outras ervas e componentes (cachaça, melado, canela, gengibre e outras à gosto).

Nos terreiros que sofreram maior influência dos cultos africanos, é comum o Mestre receber sacrifícios de galos vermelhos, bodes e muitas vezes de novilhos, mas isto é uma deturpação do culto da jurema que por suas origens indígenas (caboclos) e católicas não tem a tradição ou necessidade de sacrifícios em suas liturgias. Não que isto seja errado ou negativo, mas apenas que não faz parte de suas bases sendo mais um fenômeno de Umbandização.

O símbolo dos Mestres masculinos pe o cachimbo ou marca, cujo poder está na fumaça que tanto mata como cura, dependendo se a fumaçada é às esquerdas ou às direitas. Essa relação com a magia da fumaça está expressa nos assentamentos dos Mestres, em que, sempre encontram-se presentes “rodias” de fumo de rolo e cachimbos, e nas toadas:

Setenta anos, passei dentro da jurema, discípulo não tenha pena de quem algum dia lhe fez mal quando eu me zango toco fogo em um rochedo meu cachimbo é um segredo que eu vou mandar pra lá.


Quando em terra, incorporados, os Mestres já chegam embriagados, tombando de lado a lado e falando embolado. São brincalhões chamam palavrões, mas o que falam é respeitado por todos.

Quanto às mestras, reconhecem-se seus assentamentos pela presença de leques, bijuterias, piteiras, cigarros e cigarrilhas. Como no caso dos Mestres, existe uma infinidade destas entidades, com atributos e especialidades nas questões mundanas e espirituais. Algumas casas fazem um distinção entre as mestras que trabalham nas esquerdas e nas direitas. Nesta última categoria, encontram-se mestras como Gertrudes e Lorinda, ambas parteiras na vida material, que hoje ajudam as mulheres a darem a luz mais um ser vivente.

Algumas mestras morreram virgens, por isso ganharam o estatuto de princesas quando ingressaram nas moradas d além. Vale lembrar os nomes de algumas princesas como a Mestre marianinha a princesa catarina e a princesa rosa vermelha.

As mais comuns são as chamadas mestras das esquerdas, entidades que na vida material foram mulheres de vida fácil; mulheres das ruas e dos cabarés nordestinos. Tais mestras são peritas nos assuntos do coração, são elas que dão conselhos às moças e aos rapazes que queiram casar-se, que realizam as amarrações amorosas, que fazem e desfazem casamentos.

Muito vaidosas, quando incorporadas elas travestem os seus discípulos de forma a melhor aclimatar a matéria as performances femininas. Quando entre seus afilhados e discípulos no mundo material, bebem cerveja, cidra e espumantes, embora não rejeitem outras bebidas que se lhes ofereçam. Gostam de comer peixe assado que é depositado em suas princesas para lhes dar força para trabalhar.

O mestre é uma sobrevivência do feiticeiro europeu e não um colega do babalorixá, babalaô, ou pai-de-terreiro banto ou sudanês. Catimbó não é sinônimo de Candomblé, Macumba, Xangô, grupo de Umbanda, Casa de Mina, Tambor de crioulo.

Liturgias do Catimbó


Abertura de trabalhos

A abertura da mesa é uma liturgia simples, mas significativa e bonita. Lidamos com uma pratica ritual pouco elaborada de forma que algumas poucas coisas podem ser destacadas como de beleza própria.

A abertura de mesa deve ser um ritual importante e solene. É claro que cada jurema é uma jurema e cada um pode ter sua forma de trabalhar com o mundo espiritual, mas a solenidade da abertura da mesas é sempre tocante.

Deve-se louvar o nosso senhor Jesus Cristo, pedindo licença para abrir a mesa e exaltando a força da Jurema. Podem ser recitadas preces como a de Cáritas e entoados cantos de abertura como o seguinte:

Bate asa e canta o galo dizendo cristo nasceu cantão os anjos nas alturas Rei nuino Gloria no céus se deu.

Gloria nos céu se deu nas portas do Juremá abre e de licença Santa Tereza para os mestres trabalhar.

Oh minha Santa Tereza pelo amor de meu Jesus abre a mesa e de licença Santa Tereza pelo irmão João da Cruz

Por deus eu te chamo por Deus eu mandei chamar [ mestre tal ] da Jurema para vir trabalhar. Depois disso inicia-se as cantigas em roda, sempre alegres e animadas e os mestres virão um a um se acostar para trabalhar.

Iniciação

A iniciação no Catimbó se faz com rituais simples porém com muita significação. O primeiro ritual que passa um discípulo é a jura no qual ele deve se confirmar como um discípulo da Jurema. Com o passar do tempo e sua evolução ele irá receber o seu cachimbo que será consagrado por um Mestre. Será através deste cachimbo que ele fará os seus trabalhos. Finalmente após alguns anos ele deverá realizar o tombo onde se confirmará como um Mestre em vida do Catimbó.

Tombo

O tombo de jurema constitui-se no processo pelo qual muitos dos Mestres que hoje estão no mundo espiritual passaram para ganhar ciência. Tombam no pé da jurema e ao acordar estão prontos para trabalhar. Foi o caso do Mestre Carlos, famoso por seu dom de cura nas mesas de jurema de todo o Nordeste.

Contudo nos terreiros o rito foi tornado bem mais complexo que sua referência mística. O tombamento consiste então no oferecimento de alimentos e sacrifícios às correntes espirituais do iniciante. Nele comem o caboclo, o Mestre, a mestra, o exu e a pombagira do iniciante. Acontece ainda a juremação com a implantação da semente através do corte na pele e a viagem espiritual. A viagem deve acontecer no período que se intercala entre a oferta dos sacrifícios ao caboclo e a preparação das comidas oferecidas em banquete ritual. Ainda durante o sacrifício o iniciante é levado durante o transe para correr as cidades espirituais. O interessante e singular neste transe é que os adeptos acreditam que enquanto a pessoa é levada para realizar a viagem espiritual, o caboclo permanece no corpo do iniciante.

Concluído o sacrifício passa-se à preparação das carnes dos animais e à partição das frutas e alimentos oferecidos aos encantados. O caboclo é alimentado com uma pequena porção de tudo que foi oferecido. Findo o banquete, o caboclo é então mandado de volta a sua cidade e o filho deverá contar ao seu iniciador o que viu. Se a viagem for considerada válida seguem-se os sacrifícios às demais entidades: o Mestre, a mestra, o exu e a pombagira.

No dia posterior, em animada festa o caboclo vestido a caráter deverá como na iniciação do candomblé gritar o seu nome e também cantar a sua toada (cantiga). O iniciante também poderá vestir as demais entidades quem deu de comer. A riqueza deste ritual completa está intrinsecamente ligada às condições financeiras do iniciante. Sem dúvida este ritual segue o formato do Candomblé.

Juremação

Muitos juremeiros dizem que “um bom Mestre ja nasce feito”; contudo, alguns ritos são utilizados para fortificar as correntes e dar mais conhecimento mágico-espiritual aos discípulos. O ritual mais simples, porém de muita ciência, é o conhecido como juremação, implantação da semente ou ciência da jurema. Este ritual consiste em plantar no corpo do discípulo, por baixo de sua pele, uma semente da arvore sagrada.

Existem 3 procedimentos para a juremação dos discípulos. No primeiro, o próprio Mestre espiritual é o responsável pela implantação da semente. Esse Mestre promete ao discípulo e após algum tempo, misteriosamente, surge a semente em uma parte qualquer do corpo. O segundo procedimento é aquele em que o líder religioso, o juremeiro, realiza um ritual especial, em que dá a seus afilhados a semente e a bebida de jurema para beber. Após este rito, o iniciante deve abster-se de relações sexuais por sete dias consecutivos, período em que todas as noites ele devrá ser levado em sonhos, por seus guias espirituais, para conhecer as cidades e aldeias onde aqueles residem. Ao final deste período, a semente ingerida deverá reaparecer embaixo de sua pele. Caberá ainda ao iniciante contar ao seu iniciador o que viu em sonho para que este reconheça ou não a validade de viagens espirituais e por conseguinte da juremação. Em um terceiro procedimento o juremeiro implanta a semente da jurema através de um corte realizado na pelo do braço. piru

Mestres do Catimbó


Quem são os mestres do Catimbó

O termo Mestre é de origem portuguesa, onde tinha o sentido tradicional de médico, ou segundo Câmara Cascudo, de feiticeiro. Este é o primeiro elemento de ligação do Catimbó com tradições européias, provavelmente cabalistas e mostra também nestes 2 significados a expressão semântica do trabalho do Mestre, a cura e a magia.

De forma geral os Mestres são descritos como espíritos curadores de descendência escrava ou mestiça, que em suma é a característica dos habitantes das regiões onde o Catimbó floresce, mas que não deve ser tratado como um dogma. Dizem os juremeiros que os Mestres foram pessoas que quando em vida trabalharam nas lavouras e possuíam conhecimentos de ervas e plantas curativas Po outro lado algo trágico teria acontecido e eles teriam se passado, isto é, morrido, encantando-se, podendo assim voltar a acudir os que ficaram “ neste vale de lágrimas”.

Não existe Mestre do bem ou do mal. O Mestre é uma entidade que pode fazer o bem ou o mal de acordo com a sua conveniência, a ordem da casa e a ocasião.

A função dos Mestres e do Catimbó

Nesta generalização podemos entender muito bem o como e porque do culto do Catimbó. Em uma região dominada pela pobreza e falta de assistência a população carece de assistência médica sendo a doença um temor presente e terrível. Neste sentido os Mestres se apresentam como enviados para socorrer e aliviar o sofrimento dos desasistidos oferecendo a tradição da medicina fitoterápica, herdade dos índios para assistir a população. Por outro lado em regiões de pessoas simples mas que são submetidas a poderosos, violentos e jagunços onde falta a justiça do homem e a única proteção que todos podem contar é a misericórdia divina, os Mestres são como anjos vingadores que, apesar de ainda fortemente influenciados por suas manias e imperfeições humanas, se colocam assim mesmo como protetores e defensores de gente desasistida.

Desta maneira podemos entender que os caminhos de Deus são inúmeros e que a espiritualidade se manifesta da forma como é necessária para garantir uma vida justa e decente aos habitantes desta terra fria. É neste contexto que o Catimbó se insere, absorvendo a tradição religiosa de gente simples e adicionando a esta base espiritual fortemente calçada em princípios de ética, bondade e misericórdia do cristianismo a necessidade do dias a dia introduzindo os ritos mágicos de trabalho e o trabalho dos espíritos acostados.

Mestres são entidades alegres, brincalhonas que guardam muito do comportamento de vida. Eles trabalham nas seções com simplicidade, conversando com as pessoas na língua que todos falam deixando todos à vontade. Eles não tem que se parecer pomposos ou importantes e vão sempre deixar todos muito à vontade. Suas cantigas são alegres e suas danças iguais as que todos dançam.

Seria muito mais difícil se o Catimbó trouxesse uma doutrina religiosa própria. Na realidade seria até mesmo impróprio ou desnecessário. Trata-se de gente muito simples que aprendeu e passou a vida toda aprendendo so conceitos e ensinamentos católicos estando possivelmente muito acostumados e doutrinados nesta verdadeira fé.

Os próprios Mestres que foram seres humanos provavelmente passaram a vida mergulhados nesta fé de maneira que não ha necessidade de substituir esta catequese por novos conceitos para suprir a mesma finalidade, de forma que diferente das religiões afro que impõe uma nova teogonia que tanta confusão causa nas cabeças mais fracas ou humildes que por vezes passam a vida em terreiros se entender de verdade o que fazem ficando a vida toda dependente de outros (o que provavelmente pode ser a finalidade de alguns ).

Pior ainda na Umbanda que pena pela total desordem em função de ser uma prática que facilmente agrega qualquer tendência mística e espírita fazendo uma mistura inexplicável de pratica religiosa e mágica. A Umbanda se comporta como um consumidor curioso em um supermercado que vai passando pelas gondolas e colocando em seu carrinho as novidades e os produtos de embalagem mais bonita.